UM DIA FELIZ..

UM DIA FELIZ..

sábado, 30 de maio de 2009

vou jogar minha vaqinha


Um mestre da sabedoria passava por uma floresta com seu fiel discípulo, quando avistou, ao longe, um sítio de aparência pobre e resolveu fazer uma breve visita. Durante o percurso ele falou ao aprendiz sobre a importância das visitas e as oportunidades de aprendizado que temos, mesmo com as pessoas que mal conhecemos.

Chegando ao sítio, constatou a pobreza do lugar. Sem saneamento, casa de madeira. Os moradores, um casal e 5 filhos, vestidos com roupas rasgadas e sujas. O Mestre aproximou-se do senhor, aparentemente o pai daquela família e pergntou: Neste lugar não há sinais de pontos de comércio e de trabalho. Como o senhor e sua família sobrevivem?
E o senhor calmamente respondeu: Nós temos uma vaquinha que nos dá vários litros de leite todos os dias. Uma parte desse produto nós vendemos ou trocamos na cidade vizinha por outros gêneros de alimentos e a outra parte produzimos queijo e coalhada para nosso consumo. Assim vamos sobrevivendo.

O Mestre agradeceu a informação, contemplou o lugar por alguns momentos, despediu-se e foi embora. No meio do caminho, voltou-se para seu fiel discípulo e ordenou: - Aprendiz, pegue a vaquinha, leve-a ao precipício ali na frente e empurre-a, jogue-a lá embaixo.

O jovem arregalou os olhos espantado e questionou o mestre sobre o fato da vaquinha ser o único meio de sobrevivência daquela família, mas, como percebeu o silêncio absoluto do Mestre, cumpriu a ordem: - Empurrou a vaquinha precipício abaixo e a viu morrer.

Aquela cena ficou marcada em sua memória durante anos.
Atormentado pela cena, resolveu largar tudo o que estava fazendo, muitos anos depois e voltou àquele lugar decidido a contar tudo e implorar perdão à família.

Ao se aproximar do loca, avistou um sítio muito bonito, com árvores floridas, todo murado, carros na garagem e algumas crianças brincando no jardim.

Sentiu-se triste e desesperado imaginando o triste fim que tivera aquela humilde família, após o fatal acidente com a vaquinha.

Ao chegar no portão, foi recebido por um caseiro muito simpático e perguntou sobre a família que visitara antes com o Mestre. Elogiou o local e perguntou ao homem: - Como o senhor melhorou este sítio e está tão bem de vida agora?
O senhor entusiamado, respondeu: - Continuam morando aqui.
Espantado ele entrou correndo na casa e viu que era mesmo a família que visitara antes com o Mestre. Elogiou o local e perguntou ao homem: - Como o senhor melhorou este sítio e está tão bem de vida agora?

O senhor entusiasmado respondeu: - Nós tínhamos uma vaquinha que caiu no precipício e morreu. A partir de entao, tivemos que fazer outras coisas, desenvolver novas habilidades que não sabíamos possuir e assim alcançamos o sucesso que seus olhos vislumbram agora.

Todos nós temos uma vaquinha que nos dá alguma coisa básica para a sobrevivência e convivência com a rotina
Descubra qual a sua.
Aproveite este momento e empurre sua vaquinha precipício abaixo.

Definitivo, como tudo o que é simples.

Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos.

Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os
momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um
verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento,perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional...