Demore na dúvida e descubra a sabedoria que insiste em esconder na ausência de palavras. Nem sempre a resposta está pronta. Há uma beleza na dúvida que vale a pena ser apreciada. Forjar a resposta antes do tempo é a mesma coisa que colher frutos verdes.
Responder perguntas é fácil. Difícil é ensinar a conviver com as dúvidas.
Viver para responder cansa. Sentimo-nos na obrigação de dar resposta para tudo. Não sabemos dizer que não sabemos, insistimos em falar de coisas que não acreditamos, só para não termos que enfrentar o desconcerto do silêncio. Falamos porque não suportamos a ausência de respostas.
Talvez seja daí, que muitas pessoas vêm buscando respostas como; “Por que sofremos? Por que as pessoas boas sofrem tanto?”.
A dor em nossa vida gera muitas perguntas, principalmente quando a morte bate em nossa porta. Existem dúvidas que nem mesmo a religião consegue responder. Jesus ensinou aos seus discípulos a conviver com a dúvida criativa, nem sempre Jesus dava resposta pronta. Maria também guardava tudo em seu coração, mesmo sem entender.
Conviver com a dúvida é uma forma interessante de construir respostas. O sofrimento de agora, geram ensinamentos que só poderão ser recolhidos amanhã.
Nisso consiste a beleza da religião; ajudar a conviver com a dúvida, nutrir a esperança que não nos deixa esmorecer, preparar o coração para os tempos reservados para o silêncio da existência. O silêncio faz parte da existência do homem.
A vida não é feita de só de dúvidas, pois o cristianismo tem respostas belíssimas, mas há dúvidas que só serão respondida ao longo da vida, e ainda outras dúvidas, que nem a vida responde, só o Céu poderá responder.
Respostas não caem do Céu, mas são geradas no processo histórico que o ser humano realiza. Viver é maturar, é amadurecer, é superar horizontes, acolher novas possibilidades e descobrir respostas onde não imaginamos encontrar.
A dúvida de hoje pode ser a certeza do amanhã.